Guia do Coven #10 - Reticências.
Olá, Iluminados da Luciela!
Hoje veremos dica para usar uma pontuação que não é tão comum assim, mas que dá um trabalhinho na hora de aparecer no texto. Porém, como gostamos de um desafio, resolvi me desafiar a explicar esse tópico da forma mais clara possível.
Então vamos lá!

1) Para interrupção:
Aqui, usamos a interrupção quando o leitor já prevê o que vem na sequência ou quando queremos passar um ar mais subjetivo.
Importante: depois das reticências, nesse caso, a palavra quem vem em seguida é escrita com letra minúscula, caso haja repetição ou com letra maiúscula em outros casos.
Exemplo:
· — Eu não queria ter falado isso, mas... Você sabe...
· — Não precisaríamos te deixar de castigo se você parasse de ser tão... tão... tão...
— Tão o quê?
— Nada, deixa pra lá.
2) Marcar uma hesitação:
Quando o personagem está assustado, confuso, irritado ou mesmo ansioso, é comum que haja hesitações em suas falas. Logo, usamos reticências para marcar esse fenômeno.
Importante: escrevemos o que vem depois com letra minúscula.
Exemplos:
· — Por favor, me deixe ir... prometo que nunca mais volto aqui.
· — Muito obrigada, Andress... não, não... Alessan... qual é seu nome mesmo?
3) Para trazer mais emoção:
É comum que, em certos momentos da história, tenhamos mais emoção, e é aí que as reticências entram em cena. Em geral, vemos esse recurso bem recorrente em poesias, mas nada impede de usarmos em uma narrativa.
Importante: aqui, usamos letra maiúscula.
Exemplo:
· Ah, a infância... Era impossível para Lins esquecer todas as travessuras que já aprontara... Colocou açúcar no saleiro, água no lugar do vinagre e usava as panelas da mãe como bateria.
4) Em trechos de um texto:
Sabe quando a Luciela aqui cita um trecho do livro de vocês nas resenhas para falar da ortografia? Então, é aí que usamos nossas amiguinhas reticências, principalmente quando vamos citar uma parte que está no meio de um parágrafo.
Exemplo:
Temos o seguinte parágrafo:
“Uma locomotiva a vapor disparou seu apito ensurdecedor, que por um momento abafou completamente todos os outros sons da estação, fazendo Hugo dar um pulo, como sempre acontecia. Hugo e Isabelle se entreolhavam até que o dono do café mandou que se levantassem e saíssem dali. Foram embora sem se despedir”. (A Invenção de Hugo Cabret, capítulo 9: “A Chave”).
Agora, vamos imaginar que queremos citar algo que está bem no meio dessa narração. Imaginou? Agora, vamos ver como fazemos isso:
· “Uma locomotiva a vapor disparou seu apito ensurdecedor, [...]”;
· “[...] que por um momento abafou completamente todos os outros sons da estação [...]”;
· “[...] fazendo Hugo dar um pulo, como sempre acontecia”.
“Mas Luci, por que usamos colchetes ou parênteses junto com as reticências para citação?”
Porque é a representação que nos diz que há mais texto antes e/ou depois daquilo que destacamos.
No exemplo a, vemos que se trata do começo da frase ou do texto; no exemplo b, o que selecionamos era exatamente o meio, ou seja, tinha algo escrito antes e depois daquela passagem; no c, por sua vez, mostramos que há mais informações antes do excerto e que ele está no final de uma frase ou de um texto.

Entendido? Espero que sim! Que vocês e as reticências façam as pazes e sejam amigos para todo o sempre! E sigam as instruções direitinho, Lúcifer está de olho!
xoxo, Luciela